E que mais há para escrever sobre a pandemia?
Agora que a vacina já está aí a ser inoculada em força e que quase podemos voltar a respirar fundo, escrevo sobre o quê?
Não que eu tenha escrito tudo aquilo em que pensei e tenha abordado todos os temas e ângulos. Porém estou farta. Estamos todos fartos. Já não tem piada e já não nos comove. Basta.
Somos todos melhores padeiros, temos vasos de plantas verdejantes em todas as divisões, um tomateiro na varanda e as cuecas estão ordenadas por cores dentro das gavetas da cómoda.
Preferimos as máscaras cirúrgicas e damos primazia ao álcool sem gel. Ninguém gosta do cheiro do desinfectante das bombas da Repsol.
Continuo. Recolho textos antigos, vou aos velhos cadernos, pego em frases que andam soltas em costas de contas de supermercado e em blocos de notas do telemóvel e continuo.
Continuo.